Liberdade?

Largue-me, sem destino, vagando por qualquer lugar. Garanto-lhe que eu acharei uma solução para conseguir viver em paz. Só lhe peço que me liberte. Estou presa há tanto tempo que já não sei qual é a sensação de deixar o vento sussurrar em meus ouvidos e passar entre meus cabelos e não sentir inveja. Pois eu sinto. Inveja dele, por correr para qualquer lugar, sem limites, sem barreiras. Por vezes já tentei entortar as barras de ferro que tanto me prendem e por essas mesmas vezes só o que eu consegui foi mais e mais machucados. Estou também acorrentada e as correntes estão me queimando e se fechando cada vez mais em meus pulsos.  Presa a pessoas, à sentimentos, à deveres. Presa às piores fraquezas humanas. Esqueci-me de como sorrir. Quando aprenderei isso novamente? Mas se quiser que eu lhe ensine a chorar saberei fazê-lo porque por tantas vezes que eu chorei eu acabei entendendo o que tanto que me corroi. No entanto, posso estar orgulhosa de mim. Há meses nenhuma lágrima venceu a dura barreira que meu coração petrificado construiu. Aprendi, antes mesmo que qualquer outro, que chorar de nada adianta. Mas uma duvida ainda me deixa confusa: Um sorriso poderia mudar tudo?