Amor maternal

---Eu quero dormir, mamãe. Eu posso?
---Sim, filho. Você já pode fechar seus olhinhos, e quando acordar eu não estarei mais aqui. Mas toda essa dor passará, está bem? Eu prometo.---A mãe responde aflita ao mesmo tempo em que palavras não ditas, mas consideradas, por ela, necessárias, lhe vem a cabeça porque faltou a coragem para dize-las: “Vá. Pode ir. Descanse meu querido.  Você precisa ir. A vida lhe cansou demais e eu entendo.”
--- Mas você voltará, mamãe? Eu quero ir para casa.--- o filho reclama.
--- Lembra quando a mamãe lhe contou que seu pai fez uma linda viagem para um lugar bem distante?
--- Lembro sim. --- ele responde a olhando nos olhos e ela já não sabe mais como manter a própria calma e suportar aquele difícil momento.
--- Então, meu anjinho, você irá se encontrar com ele. Você não queria conhecê-lo?
O menino sorri e pega na mão dela, em resposta.
--- Vem comigo mamãe. Então poderemos ser uma grande família. --- ele disse após algum tempo.
A mulher então não consegue enfim segurar as lágrimas e elas transbordam de seus olhos.
--- Não chore, mamãe.  Sabe, não esta mais doendo tanto. Eu só estou com sono. Acho que vou dormir agora. --- ele diz.
--- Eu te amo. --- ela declara.
--- Eu também te amo, mamãe. --- o menino sorri para a sua mãe uma ultima vez antes de fechar as pálpebras.
A mãe, por sua vez, guarda aquele ultimo sorriso de seu filho, enquanto o aperto dele em sua mão afrouxa. E ela soube enfim: seu filho morrerá.